segunda-feira, 17 de outubro de 2011

72% dos universitários brasileiros preferem navegar na internet a namorar



computador


A Cisco, multinacional da área de informática especializada em redes, realizou uma grande pesquisa em 14 países, entre eles o Brasil, sobre o comportamento dos jovens com relação à internet. Foram entrevistados universitários e jovens profissionais com idade de até 30 anos. Uma das mais surpreendentes revelações é a de que 72% dos universitários brasileiros entrevistados disseram que a internet é mais importante para eles do que namorar, sair com os amigos ou ouvir música. A média mundial nessa questão é de 40%.



A pesquisa mostra também que 65% dos universitários e 61% dos jovens profissionais brasileiros consideram a internet tão importate quanto alimento, ar, água e moradia. A média no resto do mundo é de 33%. Alé disso, 63% das pessoas entrevistadas no Brasil preferem ter internet a ter um carro - número dentro da média mundial.



Veja mais dados da pesquisa.

(fonte: www.jovensconectados.com.br)








terça-feira, 4 de outubro de 2011

Internet: lugar de encontro ou distanciamento?

A discussão sobre a internet como espaço de encontro, com seus prováveis benefícios ou malefícios, é contínua. Pensadores como Oliveira (2001) e Castells (2003) apresentam aspectos antropológicos que favorecem uma discussão cuidadosa sobre o assunto.

De acordo com Lidia Oliveira(2003), autora do artigo “A internet – a geração de um novo espaço antropológico”, a WWW (World Wide Web) é um novo espaço público, com característica real e virtual. Na perspectiva do espaço, a autora aponta o surgimento de um ambiente sem fronteiras e distrópico, que permite estar e não estar ao mesmo tempo. Além disso, há uma reorganização de identidades e o surgimento da chamada “inteligência coletiva”.

Em uma vertente semelhante, e ao mesmo tempo distinta, Manuel Castells (2003) ressalta a importância da internet. Para Castells, o contato oferecido entre indivíduos pela web possibilita a construção de um novo mundo. O autor de “Comunidades virtuais ou sociedade em rede?” reforça a necessidade de uma reflexão apurada acerca do senso comum, que aponta a internet como responsável pelo “colapso da comunicação social e da vida em família”.

Após esta breve síntese teórica, é importante destacar o resultado de uma pesquisa realizada com alunos da PUC Minas – unidade Coração Eucarística. Os entrevistados foram convidados a responder uma questão baseada nos textos dos autores citados acima: “a internet aproxima ou distancia as pessoas? Por que?”.

Para Marcel Queiroz, “a internet aproxima pessoas. Ela permite conhecer gente de Minas ou de fora do nosso Estado; principalmente de outros países”. Cristiane Simão considera que “a rede mundial aproxima os indivíduos de várias maneiras, em vários sentidos; porque, ao mesmo tempo que se está em frente ao computador, é possível falar com alguém em outro ponto do mundo, outra cidade; fazer novas amizades”.
Segundo Marcos Felipe, “a internet permite a aproximação das pessoas”. Para ele “é mais fácil achar alguém pela rede do que ir na casa dela ou mandar uma carta”. Henrique Melina reforça a opinião de Marcos e destaca a facilidade que a web oferece de fazer contatos.

Henrique e Bernardo são alunos de Direito. Os futuros advogados tem uma visão mais critica. O primeiro considera que a internet afasta as pessoas. “A impressão que se tem é que as relações permanecem no anonimato, não se sabe a expressão, a reação delas. Uma palavra ou duzentos e quarenta caracteres não traduzem a forma de pensar ou sentir”, afirmou Henrique. O segundo também acredita que a internet tem atrapalhado um pouco as relações interpessoais. “As pessoas estão focadas mais no virtual e na alienação da sua própria imagem. Os usuários se transfiguram em uma imagem, em algo que não são elas”, ressaltou Bernardo.

Andreia é aluna do sétimo período de Psicologia. Para ela, “a internet é um intermédio entre as pessoas. Nosso tempo é corrido e fica difícil encontrarmos com os amigos de infância. Pela internet o contato torna-se mais rápido”, afirma a estudante. O estudante Edmar, aluno do quinto período de Relações Públicas, concorda com a opinião de Andréia. Para ele, a rede mundial de computadores reduz a distância física e possibilita troca de informações, pesquisas, intercâmbio.

Bernardo Iani reforça as duas opiniões anteriores mas faz uma observação. Para ele, “internet é lugar de encontro, mas que deve ser conduzida de maneira equilibrada, sem excesso”. Pâmela Mariano, aluna do segundo período de Relações Públicas, também faz algumas críticas. De acordo com a aluna, “a internet aproxima e afasta as pessoas. Aproxima porque possibilita o reencontro de amigos de infância, mas afasta porque o usuário acaba de viciando e esquecendo do contato real com a família, amigos”.

Bruna e Helena, alunas do curso de Direito, reforçam a opinião sobre a internet como ferramenta de proximidade mas também demonstram a preocupação em relação aos exageros e a necessidade de se colocar limites necessários como a capacidade de discernimento sobre quem é amigo.

Quem não abre mão das relações reais, fora do âmbito da internet é o estudante Luiz Fernando, aluno do curso de direito. Para ele, “a internet possui as vertentes de aproximação e distanciamento, mas ele acredita na segunda e defende que o contato pessoal é fundamental para as pessoas realmente se conhecerem”.

Diante do que foi apresentado anteriormente fica claro que a discussão sobre a aproximação ou distanciamento de indivíduos não termina por aqui. Questões abordadas por Lídia Oliveira como a territorialidade, o espaço sem fronteiras e a construção de identidades foram identificados nas respostas, assim como elementos do senso comum, criticados por Castells. Esse aparente equilíbrio é um convite para continuidade da discussão, sem a preocupação em se chegar a uma resposta pronta, mas no desejo de alimentar e amadurecer o pensamento crítico.

Gustavo Drumond Araújo

Ouça as entrevistas:


Vamos pensar um pouco mais sobre o assunto. Assista o vídeo abaixo.